O prazo para inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) termina às 23h59 (horário de Brasília) desta sexta-feira (7). Já o prazo para pagamento da taxa de inscrição de R$ 85, que confirma a participação do aluno, vai até a próxima quarta-feira (12).
Para apoiar estudantes de baixa renda, especialmente negros, pardos e indígenas que não conseguiram a isenção da taxa de inscrição, a organização não governamental (ONG) Movimento Amplia está promovendo a campanha “Amplia Enem 2024” até esta sexta-feira. A iniciativa visa arrecadar recursos para custear as inscrições desses jovens.
A plataforma da ONG conecta doadores aos estudantes, buscando aumentar a participação de negros, pardos e indígenas no Enem e promover a equidade racial e social através da educação, conforme explica Lucas Assani, diretor de comunicação do movimento.
“O acesso da juventude negra e indígena é muito menor do que dos estudantes brancos. É muito desigual. A gente pensa que R$ 85, para alguns, pode ser um valor bem acessível. Se tomarmos como base a desigualdade que tem nosso país, a quantidade de pessoas que recebem menos de um salário mínimo no Brasil, essa quantia para essa taxa é muito cara, justamente, para uma prova que se propõe a fazer os estudos ser igual, com acesso a todos”, afirma Assani.
Assani também destaca a importância das doações:
“[A taxa de] R$ 85 é excludente para quem ganha um salário mínimo. É um dinheiro que faz muita falta no fim do mês. Não dá. E as doações das pessoas fazem a diferença nas vidas de um monte de jovens.”
Neste ano, a meta da campanha é garantir as inscrições de pelo menos 600 estudantes no Enem 2024 através das contribuições de voluntários.
Para doar, os apoiadores podem fazer um Pix para a chave [email protected], no valor mínimo de R$ 85, adicionando na descrição “Amplia Enem 2024”. Os voluntários também devem preencher um formulário online que contém instruções para envio do comprovante ou para recebimento do boleto, para quem optar por essa forma de pagamento.
Os candidatos que desejam receber o apoio devem primeiro fazer a inscrição online no Enem 2024 até esta sexta-feira (7) na Página do Participante, coordenada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em seguida, devem preencher o formulário virtual disponível no link, enviar o comprovante de renda, uma cópia de um documento de identificação com foto e o boleto de pagamento da taxa de inscrição do Enem.
O Movimento Amplia surgiu em 2020, no início da pandemia de covid-19, quando estudantes da Universidade de São Paulo (USP) se uniram para ajudar candidatos do Enem que não podiam pagar a taxa de inscrição. A ONG tem feito a ponte entre estudantes e voluntários que desejam custear este valor.
Desde 2020, o Movimento Amplia já pagou mais de 2.420 inscrições do Enem. Na edição do ano passado, 490 candidatos foram ajudados, dos quais 82% se autodeclararam negros ou indígenas. A ONG contabiliza que 21 desses estudantes entraram em universidades.
“Nós somos mais um grupo que está disposto a fazer um esforço conjunto para ajudar esses estudantes para que, de alguma forma, a gente consiga mexer nessa desigualdade que é tão brutal no Brasil”, declara Assani.
O Movimento Amplia também apoia outras iniciativas, como inscrições em provas de admissão, compra de celulares e tablets para estudo, e pagamento de acesso à internet, impactando a vida de mais de 4 mil estudantes em todo o país.
Sobre o Enem
Criado em 1998, o Exame Nacional do Ensino Médio é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, avaliando o desempenho escolar dos estudantes ao término do ensino médio. As notas do Enem são utilizadas em programas do governo federal como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o Programa Universidade para Todos (Prouni), além de servir como critério para acesso a auxílios como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
O exame também é aceito em processos seletivos de instituições de ensino de Portugal que possuem convênio com o Inep, permitindo que estudantes brasileiros ingressem em universidades portuguesas.
Via Agência Brasil.
