Entre os dias 31 de janeiro e 3 de fevereiro de 2025, a Polícia Federal realizou a Operação Mineração Obscura 2, que teve como objetivo desativar minas subterrâneas de garimpo ilegal e resgatar trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão em Maués, no Amazonas. A ação contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
A investigação teve início após denúncias de exploração de mão de obra em condições degradantes e do uso de cianeto na extração ilegal de ouro. A operação é um desdobramento da Operação Déjà Vu, que já havia identificado práticas semelhantes na região. Durante a ação, os agentes constataram que os trabalhadores enfrentavam jornadas exaustivas, sem acesso a direitos básicos, e estavam expostos a substâncias químicas altamente tóxicas.
Além das violações trabalhistas, a extração do minério ocorria em minas subterrâneas, um método raro e de alto risco. Os impactos ambientais causados pelo garimpo ilegal foram estimados em mais de R$ 1 bilhão, levando em conta o desmatamento, a contaminação de lençóis freáticos e a destruição de áreas de preservação.
O garimpo desativado é um dos mais antigos do Brasil, e esta foi a primeira vez que a Polícia Federal realizou a desintrusão de um garimpo subterrâneo, reforçando o compromisso das autoridades na proteção do meio ambiente e dos direitos humanos.