10 abril 2025

Bolsonaro defende tarifas de Trump e contraria agronegócio

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O ex-presidente Jair Bolsonaro manifestou apoio ao pacote tarifário anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e criticou a possibilidade de retaliação por parte do Brasil. A declaração foi publicada nesta terça-feira (2) em suas redes sociais, onde defendeu que a melhor resposta do governo brasileiro seria eliminar a “mentalidade socialista” que impõe tarifas a produtos americanos.

Bolsonaro afirmou que Trump “protege seu país de um vírus socialista” e alertou que um confronto comercial com os EUA não seria estratégico para o Brasil. Em vez de contramedidas, sugeriu reduzir impostos sobre produtos americanos e buscar um acordo comercial com o governo norte-americano.

Projeto da reciprocidade

A posição do ex-presidente contraria a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), grupo que tradicionalmente apoia suas pautas. O presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), defendeu a aprovação urgente do Projeto de Lei 2088/2023, que permite ao Brasil adotar medidas de retaliação contra barreiras comerciais unilaterais.

“Precisamos de uma legislação para proteger nossos interesses, assim como fazem os grandes players do comércio mundial”, afirmou Lupion na terça-feira (1º). A proposta, já aprovada por unanimidade no Senado, aguarda votação na Câmara dos Deputados e pode ser apreciada ainda nesta semana, caso um requerimento de urgência seja aprovado. O texto será relatado pelo vice-presidente da FPA, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).

“Liberation Day” e impactos para o Brasil

O pacote tarifário de Trump, denominado “Dia da Libertação” (Liberation Day), rompe com as diretrizes multilaterais da Organização Mundial do Comércio (OMC) ao instituir tarifas recíprocas, ou seja, os EUA aplicarão aos produtos importados as mesmas tarifas cobradas pelos países de origem. Além disso, Trump assinou um decreto que impõe uma tarifa de 25% sobre o aço e alumínio importados, afetando diretamente os produtores siderúrgicos brasileiros.

Diante disso, o governo brasileiro adotou uma estratégia dupla. De um lado, apoia o projeto no Congresso para permitir reação contra tarifas unilaterais. De outro, os Ministérios das Relações Exteriores e do Comércio e Serviços articulam uma negociação com os EUA. Caso não haja acordo, o Brasil poderá levar o caso à OMC.

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