Enquanto parte da bancada do Acre na Câmara dos Deputados se posicionou a favor do requerimento de urgência para a tramitação do projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, as três deputadas federais do estado optaram por não endossar a proposta — demonstrando, segundo muitos analistas, um bom senso que vai além das pressões partidárias e ideológicas.
O requerimento foi protocolado nesta segunda-feira, 14, em Brasília, e contou com 262 assinaturas — número superior às 257 exigidas para o andamento da proposta em regime de urgência. Caso aprovado em plenário, o projeto deverá ser votado em até 45 dias.
Assinaram o requerimento os deputados acreanos:
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Eduardo Velloso (União Brasil)
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Ulysses Araújo (União Brasil)
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Zezinho Barbary (Progressistas)
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José Adriano (Progressistas)
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Roberto Duarte (Republicanos)
As deputadas Antônia Lúcia (Republicanos), Meire Serafim (União Brasil) e Socorro Neri (Progressistas) não assinaram o documento. A atitude foi interpretada por muitos como um posicionamento firme em defesa da democracia e do respeito às instituições.
Em um cenário político polarizado, o gesto das parlamentares demonstra que o discernimento e a responsabilidade política podem — e devem — prevalecer sobre interesses de ocasião. As deputadas fizeram, ao que tudo indica, uma jogada estratégica e coerente com os valores republicanos, optando por não apoiar uma proposta que pretende apagar, por meio da anistia, atos que atentaram contra a ordem democrática.