
Diante da manutenção das tarifas de 25% impostas pelos Estados Unidos às exportações de aço e alumínio, o governo brasileiro ampliou sua ofensiva diplomática para tentar estabelecer cotas comerciais que garantam a continuidade das vendas desses produtos ao mercado americano.
Na última quinta-feira (10), o Itamaraty realizou uma videoconferência com representantes do governo dos EUA para discutir o tema. Novas rodadas de negociação estão previstas nas próximas semanas, e o envio de uma comitiva técnica a Washington também está sendo considerado.
O Brasil pretende aproveitar sinais recentes de flexibilização por parte do governo norte-americano para avançar nas tratativas e garantir exceções às tarifas atualmente em vigor. Apesar das movimentações diplomáticas, as sobretaxas de 25% seguem valendo até o momento.
Paralelamente à ofensiva nos Estados Unidos, o Brasil também tem buscado ampliar sua presença em outros mercados. Estão em andamento diálogos com a China e a União Europeia para expandir as exportações agrícolas, especialmente de soja e carne bovina.
A China, que recentemente elevou tarifas sobre produtos americanos, está em busca de novos parceiros comerciais — cenário que o Brasil vê como uma oportunidade estratégica. A expectativa do governo brasileiro é aumentar de 75% para 80% a participação da China nas importações de soja nacional.
O Japão também aparece no radar brasileiro como potencial importador de carne bovina, aproveitando o momento de tensões comerciais entre Tóquio e Washington.
Esses temas devem compor a pauta das próximas viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, previstas para o primeiro semestre, com visitas à China e à França.