
Por meio de tomografia computadorizada, os cientistas conseguiram analisar com precisão a anatomia do inseto, confirmando que se trata da mais antiga representante da subfamília extinta Haidomyrmecinae — as chamadas formigas-do-inferno, conhecidas por suas mandíbulas em formato de foice.
A nova espécie se destaca por características únicas, como:
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Clípeo projetado (estrutura acima das mandíbulas),
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Antenas longas,
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Veias específicas nas asas,
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Corpo robusto em comparação com outras espécies fósseis.
O exemplar estudado é uma fêmea alada, com 13,5 milímetros de comprimento.
Segundo o entomologista Anderson Lepeco, um dos autores do estudo, a descoberta amplia a linha do tempo da evolução das formigas e sugere que esses insetos já estavam amplamente distribuídos durante o Cretáceo Inferior. A análise genética também revelou uma relação próxima com gêneros encontrados em âmbar do sudeste asiático, indicando possíveis conexões entre América do Sul e Ásia no passado.
Lepeco ainda comenta que, à primeira vista, o inseto poderia ser facilmente confundido com uma vespa por quem não é especialista.
Ecossistema compartilhado

A Vulcanidris cratensis viveu em um ambiente rico e diverso. Os fósseis da região indicam que ela dividia seu habitat com aranhas, milípedes, centopeias, tartarugas, crocodilos, aves, pterossauros, e até dinossauros como o Ubirajara, um pequeno carnívoro com penas. Possíveis predadores das formigas incluíam sapos, aves e insetos maiores.
Hoje, as formigas são um dos grupos mais abundantes da Terra, presentes em quase todos os ecossistemas. Um estudo de 2022 estimou que haja cerca de 20 quatrilhões de formigas no planeta — número muito superior aos 8 bilhões de humanos. “Elas estão entre os grupos mais numerosos dos ambientes terrestres”, conclui Lepeco.