Enquanto o brasileiro luta por melhores condições de trabalho, como o fim da escala 6×1 e a tão prometida isenção no imposto de renda, a prioridade dos deputados parece ser outra: aumentar o próprio número de cadeiras. Nesta terça-feira (7), a Câmara dos Deputados aprovou uma proposta que amplia de 513 para 531 o número de parlamentares, criando 18 novas vagas ao custo de R$ 64,6 milhões por ano aos cofres públicos.
A justificativa oficial é que a medida visa ajustar a representatividade dos estados que tiveram crescimento populacional no último Censo, como prevê a Constituição. No entanto, para muitos, a decisão soa como mais uma oportunidade para manter os privilégios da classe política, enquanto o cidadão comum segue arcando com a conta.
Os mesmos deputados que dizem que o país não aguenta aumentar o salário mínimo ou reduzir a jornada de trabalho agora querem mais vagas na Câmara, ignorando que cada cadeira extra significa mais verba, mais assessores e mais benefícios. A lógica parece simples: quando o assunto é aumentar os próprios espaços de poder, as contas fecham com facilidade.
O projeto agora segue para o Senado, onde precisará ser aprovado para virar lei. Até lá, a pergunta que fica é: quem, de fato, vai pagar por essa “ampliação democrática”?