O mercado financeiro brasileiro registrou nesta terça-feira (13) um dia de forte valorização, impulsionado por sinais positivos no cenário internacional e nacional. O dólar comercial fechou com queda de 1,34%, cotado a R$ 5,609 — o menor valor desde outubro de 2024. Ao mesmo tempo, o Ibovespa, principal índice da B3, subiu 1,76% e encerrou o pregão aos 138.963 pontos, estabelecendo uma nova máxima histórica de fechamento.
O desempenho foi influenciado principalmente pela divulgação de dados de inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos e pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizou a possibilidade de encerramento do ciclo de aperto monetário no Brasil.
Inflação nos EUA e expectativas sobre juros
Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu apenas 0,2% em abril, abaixo da expectativa do mercado. Esse resultado elevou as chances de que o Federal Reserve reduza os juros ainda este ano. A expectativa de um cenário de juros mais baixos nos Estados Unidos favorece mercados emergentes, como o brasileiro, e impulsiona a entrada de capital estrangeiro.
Ata do Copom traz alívio ao mercado
A ata do Copom, divulgada nesta manhã, trouxe declarações consideradas mais brandas, indicando que o Banco Central do Brasil poderá interromper o ciclo de alta da taxa Selic. O documento também apontou uma visão mais positiva sobre o controle da inflação interna, o que reforça o sentimento de otimismo entre os investidores.
Trégua comercial entre EUA e China amplia apetite por risco
Outro fator que contribuiu para o bom humor dos mercados foi o anúncio de uma trégua nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O acordo parcial entre as duas potências econômicas trouxe alívio ao comércio global, impactando positivamente ativos de risco e beneficiando bolsas de valores ao redor do mundo.
Destaques da B3
Entre as ações que mais se valorizaram nesta terça estão companhias ligadas ao consumo interno e ao setor de serviços. A Hapvida (HAPV3) subiu 11,30%, seguida pela Azul (AZUL4), que avançou 10,85%, e a CVC Brasil (CVCB3), com alta de 9,29%.
Por outro lado, algumas ações apresentaram desempenho negativo, como a Yduqs (YDUQ3), que caiu 8,48%, a JBS (JBSS3), com queda de 2,48%, e a Brava Energia (BRAV3), que recuou 2,35%.
Volume financeiro expressivo
O volume financeiro negociado no Ibovespa foi de R$ 20,6 bilhões, enquanto o total movimentado na B3 somou R$ 27,5 bilhões. O forte movimento reforça o otimismo dos investidores com o cenário atual, mesmo diante de incertezas políticas e fiscais que ainda rondam o país.
Perspectivas futuras
Analistas do mercado financeiro apontam que, mantidas as condições atuais, o Ibovespa pode continuar sua trajetória de alta. A valorização do índice está atrelada à entrada de capital estrangeiro, à expectativa de cortes de juros no exterior e ao possível fim do aperto monetário no Brasil.
“A tendência é que o ambiente continue favorável para os ativos de risco, principalmente se os dados econômicos continuarem mostrando controle da inflação e crescimento moderado”, afirmou Lucas Constantino, estrategista-chefe da GCB Investimentos.
Com a combinação de fatores internos e externos positivos, o Brasil retoma o protagonismo entre os mercados emergentes, trazendo perspectivas mais animadoras para o segundo semestre de 2025.