O escândalo de fraudes no INSS, revelado em 2025, expôs um esquema que desviou cerca de R$ 8 bilhões por meio de descontos indevidos em aposentadorias e pensões, afetando milhões de beneficiários . Essa crise reacendeu debates sobre a tentativa do governo Bolsonaro, iniciada em 2019, de privatizar a DataPrev e o Serpro, empresas responsáveis pelo processamento de dados previdenciários e fiscais dos brasileiros.
A proposta de desestatização dessas empresas gerou preocupações entre especialistas e entidades sindicais. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) alertou para os riscos à soberania nacional e à segurança dos dados dos cidadãos . Socorro Lago, da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados (Fenadados), destacou que a privatização poderia permitir o uso político ou comercial indevido dessas informações sensíveis .
Além disso, a privatização poderia comprometer a continuidade de serviços essenciais, como o pagamento de benefícios previdenciários e o seguro-desemprego. O Ministério Público Federal chegou a investigar os impactos dessa medida, considerando os riscos à população e à soberania nacional .
Governo Bolsonaro quer vender Dataprev e Serpro
O escândalo no INSS evidenciou a importância de manter o controle estatal sobre sistemas críticos de dados. A tentativa de privatizar a DataPrev e o Serpro, sem garantias adequadas de segurança e governança, poderia ter agravado ainda mais a vulnerabilidade dos dados dos brasileiros.
Diante desses fatos, é fundamental reavaliar políticas de privatização que envolvam ativos estratégicos de informação, assegurando a proteção dos dados e a prestação eficiente de serviços públicos essenciais.