
A compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) voltou a avançar após a Justiça suspender a decisão anterior que impedia a conclusão da negociação. O processo de aquisição, anunciado como parte de uma estratégia de expansão do BRB, ainda precisa passar pela análise do Banco Central (BC) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que devem avaliar a legalidade e o impacto concorrencial do negócio.
A decisão judicial favorável ao BRB representa um alívio para os executivos envolvidos, que têm apostado na operação como uma forma de consolidar a presença do banco em novas regiões e ampliar sua base de clientes. O Banco Master, por sua vez, atua com foco em serviços de crédito e gestão de recursos, com operações que despertaram o interesse estratégico do BRB.
Anteriormente, a tentativa de compra havia sido contestada judicialmente, sob argumentos que envolviam preocupações concorrenciais e possíveis impactos no mercado. A suspensão da decisão negativa foi comemorada por representantes do BRB, que agora voltam a articular a continuidade da negociação dentro dos trâmites legais.
Mesmo com a liberação judicial, o negócio ainda precisa vencer outras etapas regulatórias. O Banco Central, responsável por supervisionar a estabilidade do sistema financeiro, deverá avaliar se a fusão entre os dois bancos respeita os limites legais e se mantém a solidez do mercado bancário nacional. Já o Cade analisará se a compra representa riscos de concentração de mercado, prejudicando a livre concorrência.
O BRB, que tem como acionista majoritário o governo do Distrito Federal, vem intensificando sua atuação fora do eixo Brasília-Goiás, com ambições de se tornar um banco de relevância nacional. A aquisição do Banco Master está alinhada a essa estratégia de crescimento e diversificação de portfólio.
Apesar do avanço no processo judicial, especialistas em finanças alertam que fusões bancárias exigem avaliações criteriosas. “O sistema financeiro brasileiro é altamente regulado, e qualquer movimentação entre instituições precisa ser analisada com cautela, tanto pela questão concorrencial quanto pela proteção dos clientes”, explicou um economista que acompanha o caso.
A expectativa é que os órgãos reguladores analisem o pedido nas próximas semanas. Caso aprovada, a operação poderá significar uma reestruturação relevante no setor bancário de médio porte, com possível impacto nas condições de crédito e serviços oferecidos aos clientes das duas instituições.