14 junho 2025

Acre deixa de aplicar 71% do orçamento para meio ambiente entre 2022 e 2024

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Entre 2022 e 2024, o Acre deixou de aplicar 71% dos recursos previstos para a área ambiental — ou seja, apenas 29% do orçamento foi executado em ações práticas. Situação crítica diante de desafios como desmatamento, queimadas e efeitos da seca.

O baixo índice de execução revela falhas persistentes na política ambiental estadual. Embora o orçamento previsto seja expressivo, os recursos não chegam a operações essenciais, como fiscalização em campo, manutenção de sistemas de monitoramento e enfrentamento a ameaças ambientais.

A falta de aplicação efetiva impacta diretamente no combate a crimes ambientais. Com recursos limitados, a capacidade de monitoramento e atuação nos pontos críticos do estado fica comprometida, contribuindo para a perpetuação de queimadas ilegais e desmatamentos não controlados.

Especialistas apontam que essa discrepância entre orçamento e execução pode estar relacionada a entraves burocráticos, falta de equipes capacitadas e fragilidades na articulação interinstitucional. O resultado é um estado com intenção de investir em sustentabilidade, mas com resultados práticos aquém das demandas reais.

No mesmo período, outros setores amargaram situação mais favorável: emendas parlamentares para áreas diversas, por exemplo, foram totalmente executadas, contrastando com o desapontador desempenho ambiental. O Acre segue investindo em programas como combate ao desmatamento ilegal e fortalecimento de unidades indígenas, mas sem respaldo suficiente em execução orçamentária.

A realidade de recursos não aplicados ganha relevância com a crescente frequência de cheias, secas e incêndios que afetam o estado. Sem recursos efetivos, os órgãos responsáveis — como a Sema, Imac e Sepi — veem sua capacidade de reagir limitada, reduzindo a proteção às florestas, à biodiversidade e às populações tradicionais.

Neste cenário, cobra-se mais transparência e agilidade na liberação dos gastos previstos. A sociedade, inclusive por meio do legislativo, deve acompanhar de perto o cumprimento desses recursos, para que valor investido impacte diretamente na conservação ambiental e na resiliência climática do Acre.

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