O delegado Vinícius Almeida, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Cruzeiro do Sul, afirmou nesta quinta-feira (26) que a água utilizada no banho da recém-nascida Aurora pode ter alcançado até 57°C. A menina foi banhada por uma técnica de enfermagem na Maternidade de Cruzeiro do Sul, no último sábado (22), e sofreu lesões graves na pele. A profissional de saúde foi intimada e deve prestar depoimento ainda nesta semana.
Segundo o delegado, diversas testemunhas já foram ouvidas, incluindo pessoas que estavam presentes no momento do banho. “Algumas relataram que colocaram a mão na água e sentiram que estava muito quente, e chegaram a ver vapor saindo”, disse Almeida.
A mãe da bebê também teria alertado a equipe da maternidade sobre a temperatura elevada da água antes do banho. Uma perícia técnica confirmou que a torneira do local pode atingir até 57°C. “Mesmo que essa não tenha sido a temperatura exata no momento do banho, é um nível bastante preocupante”, completou o delegado.
A Polícia Civil também investiga se havia um protocolo eficaz para o controle da temperatura da água. Conforme os depoimentos, a medição era feita manualmente, com o dorso da mão ou cotovelo, já que não havia termômetros disponíveis. A água era aquecida por chuveiro elétrico, e não por um sistema solar (boiler).
Além da hipótese de queimaduras por escaldadura, os investigadores não descartam a possibilidade de a bebê ser portadora de epidermólise bolhosa — uma rara doença genética que torna a pele extremamente frágil. Um exame específico já foi solicitado e o resultado é aguardado. “Seguimos trabalhando com todas as possibilidades até que se chegue à verdade dos fatos”, concluiu Almeida.