O dólar comercial encerrou a última segunda-feira cotado a R$ 5,563, recuando cerca de 0,14%, após oscilar entre R$ 5,60 pela manhã e R$ 5,55 no meio da tarde. O comportamento reflete a cautela do mercado à espera das novas medidas fiscais que serão anunciadas em breve e que deverão incluir alterações para compensar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A última vez que a moeda fechou nesse nível foi em outubro de 2024, reforçando que esse movimento representa o menor valor nominal desde então. O dólar acumula queda de quase 10% em 2025 e recuo de aproximadamente 2,7% somente em junho — resultado significativo diante do cenário econômico volátil.
As negociações no mercado doméstico foram dominadas pela expectativa de um pacote composto por aumento de alíquotas em setores como apostas (bets), fintechs e títulos de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA), além da possibilidade de revisão de incentivos fiscais. Adicionalmente, o governo discute medidas voltadas ao controle de gastos, sinalizando que o pacote não se restringirá apenas à parte da receita.
Apesar da queda do dólar, o Ibovespa não acompanhou o movimento, encerrando o dia em 135.699 pontos — uma queda de cerca de 0,3%, o que representa a quarta sessão consecutiva de retração. As taxas dos juros futuros também recuaram, pressionadas pela expectativa de que as medidas fiscais ajudem a estabilizar as contas públicas.
No exterior, as cotações do dólar se mantiveram em baixa, refletindo a combinação de notícias positivas nas negociações comerciais globais — como avanços nas conversas entre EUA e China — e a reação do mercado doméstico às iniciativas fiscais brasileiras. Esse ambiente de menor pressã o sobre a moeda americana também contribuiu para a valorização momentânea do real.
Essa transição marcou o retorno da cautela ao mercado financeiro nacional: investidores aguardam os detalhes das novas medidas antes de posicionar grandes apostas. A definição dessas ações poderá influenciar não apenas o câmbio e as bolsas, mas também os preços dos títulos públicos e o rumo da política monetária.