Nos últimos dias, Sena Madureira voltou a ser palco de uma realidade preocupante que vem crescendo silenciosamente: a propagação de fake news. A situação ganhou mais um capítulo com o registro de queixa feito pelo prefeito Gerlen Diniz na delegacia contra conteúdos ofensivos e falsas informações que, segundo ele, vêm sendo disseminadas em blogs e grupos de notícias locais sem qualquer responsabilidade jornalística.
Esse episódio nos convida a refletir sobre um problema sério e atual: o avanço do “pseudojornalismo” em plataformas digitais, muitas vezes criadas por pessoas sem qualquer formação na área ou vínculo com instituições de credibilidade. Sites que não têm CNPJ, endereço físico ou profissionais com registro em conselhos de comunicação estão, cada vez mais, sendo confundidos com veículos sérios, e o resultado disso é o descontrole na disseminação de informações falsas e ataques pessoais.
Vivemos em um tempo em que criar um site ou uma página em rede social é fácil, rápido e barato. E isso não seria um problema se houvesse ética, responsabilidade e compromisso com a verdade por parte de quem publica. Infelizmente, o que vemos é o contrário: muitos desses espaços foram criados não para informar, mas para atacar pessoas, alimentar boatos e promover interesses escusos. Isso é grave. E perigoso.
A população precisa estar atenta. Ao receber uma notícia — especialmente quando ela envolve acusações, denúncias ou fatos graves — é fundamental perguntar:
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Quem está publicando essa informação?
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Esse site ou blog tem CNPJ? Tem sede física?
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O responsável tem formação em jornalismo? Está registrado em algum órgão de classe?
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Há fontes verificáveis ou é apenas “diz que me disse”?
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A matéria tem autoria clara e identificável?
A credibilidade da notícia está diretamente ligada à credibilidade de quem a publica. Não se trata de censurar ou impedir a liberdade de expressão, mas de exigir responsabilidade de quem se propõe a informar. O jornalismo verdadeiro é baseado em critérios técnicos, verificação de dados, checagem de fatos e, acima de tudo, respeito às pessoas envolvidas e ao público leitor.
Sena Madureira não pode ser vítima da desinformação. Precisamos, como sociedade, valorizar os veículos sérios, comprometidos com a verdade, com profissionais capacitados e que atuam com ética. Ao mesmo tempo, é papel de todos nós denunciar práticas irresponsáveis, não compartilhar conteúdos suspeitos e ajudar a combater as fake news com informação de qualidade.
O caso envolvendo o prefeito pode ser apenas um entre tantos outros que, diariamente, causam danos irreparáveis à honra, à imagem e à vida de cidadãos. E amanhã, a próxima vítima pode ser qualquer um de nós.
Portanto, antes de acreditar, de comentar ou de compartilhar, pare e pense: de onde vem essa informação? A verdade pode custar caro, mas a mentira custa muito mais.
Por Dirley Oliveira (Sorriso Show)
Jornalista (DRT 0000530/AC)
Editor Chefe