
O governo do Acre marcou um avanço histórico na sexta-feira (27), ao iniciar uma nova forma de pagamento da subvenção da borracha e do murumuru diretamente na conta dos extrativistas. A medida, esperada há quase 30 anos, representa um marco para trabalhadores da floresta que dependem da produção sustentável para sobreviver.
A subvenção, prevista na Lei Estadual nº 1.277, de 1999, agora é paga via Poupança Social Digital do Banco do Brasil, graças ao Decreto nº 11.564/2024, implementado pela Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), com apoio do Programa REM-KfW. O objetivo é garantir mais agilidade, segurança e dignidade aos produtores.
Com o novo sistema, o extrativista não precisa mais enfrentar filas em agências ou depender de terceiros para receber seu pagamento. A conta é aberta automaticamente e os valores podem ser acessados por aplicativo, caixas eletrônicos, correspondentes bancários e casas lotéricas.
Compromisso com quem vive da floresta
O governador Gladson Cameli comemorou a mudança. “Estamos valorizando quem sustenta a família com o trabalho na floresta, de forma sustentável. Agora, o pagamento é direto, transparente e seguro. É mais uma etapa na modernização da nossa gestão e no cuidado com quem cuida da Amazônia”, disse.

O secretário de Agricultura, Luiz Tchê, também celebrou o avanço. “Estamos deixando para trás quase três décadas de burocracia e dificuldades. O dinheiro agora vai direto para quem realmente importa: o extrativista. Isso é dignidade”, afirmou.
Primeira fase em Senador Guiomard
O novo modelo começou a ser testado em Senador Guiomard, por meio da Cooperativa Agroextrativista Nova Bonal (Cooperbonal). Nessa fase inicial, 77 extrativistas receberam juntos R$ 70.147. Aqueles que já tinham conta no Banco do Brasil foram os primeiros a receber o pagamento.
Uma cerimônia para marcar oficialmente o início dessa nova fase está programada para a próxima quarta-feira (2), na sede da cooperativa, com participação dos produtores e de suas famílias.

A mudança no pagamento da subvenção traz uma série de benefícios, como:
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Inclusão financeira: quem não tinha conta bancária agora tem acesso ao sistema financeiro.
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Mais agilidade e segurança: sem intermediários, os repasses chegam diretamente ao extrativista.
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Transparência: cada pagamento é identificado pelo CPF e valor, o que facilita a fiscalização.
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Gratuidade: não há cobrança de taxas para o uso da conta digital.
A equipe técnica da Seagri já trabalha para expandir o modelo para outras regiões do estado, tornando a política da subvenção ainda mais justa, eficiente e alinhada à valorização da floresta em pé.