O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) será contemplado com um investimento de R$ 825,7 milhões para fortalecer as ações de fiscalização e combate ao desmatamento ilegal na Amazônia Legal. O anúncio do repasse foi feito durante solenidade em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente.
O recurso será aplicado ao longo dos próximos cinco anos por meio do projeto “Fortalecimento da Fiscalização Ambiental para o Controle do Desmatamento Ilegal na Amazônia” (FortFisc). A iniciativa prevê uma série de melhorias estruturais e operacionais para ampliar a capacidade de atuação do Ibama na região, considerada uma das mais críticas do país em termos de preservação ambiental.
Entre as principais ações previstas estão a aquisição de helicópteros de grande porte com proteção balística, drones com alta tecnologia para operações em áreas de difícil acesso, construção de quatro bases operacionais com hangares e oito helipontos estratégicos, além da criação de um centro nacional de treinamento operacional.
Também está previsto o desenvolvimento de sistemas digitais voltados à modernização da fiscalização ambiental. Esses sistemas permitirão o uso de inteligência artificial para identificação de infrações e aplicação de sanções de forma remota, garantindo mais agilidade e precisão no processo de combate aos crimes ambientais.
O investimento representa uma resposta direta aos desafios enfrentados pelo país na área ambiental e reforça o compromisso com o cumprimento das metas de redução do desmatamento ilegal. O objetivo é alcançar o desmatamento zero até 2030, conforme anunciado por autoridades durante a apresentação do plano.
A iniciativa ainda contempla o fortalecimento do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), que norteia a atuação integrada dos órgãos ambientais. Com o reforço estrutural, espera-se intensificar a presença do Estado nas áreas mais afetadas pelo desmatamento, garantindo ações mais eficazes e permanentes.
A destinação dos recursos também está alinhada à necessidade de um novo modelo de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, que promova a conservação dos recursos naturais e o desenvolvimento de atividades econômicas legais e ambientalmente responsáveis.
Nos últimos dois anos, o Brasil apresentou queda expressiva nas taxas de desmatamento na região amazônica, com uma redução de 22% em 2023 e 31% em 2024. A expectativa é de que, com a ampliação dos investimentos e da capacidade de resposta do Ibama, esses índices continuem caindo de forma consistente.
A proposta de ampliar a estrutura de fiscalização conta com o apoio de diversos segmentos da sociedade, que veem na medida uma oportunidade de consolidar os avanços já conquistados e criar uma base sólida para o futuro da preservação ambiental no Brasil.
A aplicação dos R$ 825,7 milhões marca um dos maiores investimentos já feitos em fiscalização ambiental no país e sinaliza a retomada do protagonismo brasileiro nas políticas globais de enfrentamento à crise climática e proteção das florestas tropicais.
