
Um novo e perigoso capítulo se abriu no conflito entre Israel e Irã. Na madrugada desta sexta-feira (13), ainda noite de quinta-feira (12) no horário de Brasília, Israel lançou um ataque aéreo contra instalações nucleares iranianas, matando figuras de alto escalão do regime, entre elas o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, o comandante das Forças Armadas, Mohammad Bagheri, e dois cientistas nucleares. O ataque foi confirmado por agências de notícias internacionais e pela mídia estatal iraniana.
Em resposta, o Irã lançou centenas de mísseis balísticos contra Tel Aviv e Jerusalém, marcando uma das mais graves escaladas militares recentes entre os dois países. As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram que explosões foram ouvidas nas duas cidades e que parte dos mísseis foi interceptada por seus sistemas de defesa. No entanto, ao menos 15 pessoas ficaram feridas e diversos prédios foram atingidos, segundo o jornal israelense Haaretz.
Durante os bombardeios, sirenes de alerta foram acionadas em várias regiões israelenses. Israel denunciou que os alvos dos mísseis iranianos foram civis, e classificou a ação como um “ato hediondo” de guerra.
“O Irã passou dos limites ao disparar mísseis contra centros civis. Vamos garantir que o regime dos aiatolás pague um preço muito alto”, declarou o chanceler israelense Gideon Sa’ar.
“Israel iniciou uma guerra”, diz aiatolá
O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, classificou o ataque israelense como uma declaração de guerra, e prometeu vingança:
“A nação iraniana não deixará o sangue dos seus mártires sem resposta. Israel preparou para si um destino amargo — e certamente o receberá”.
Além de retaliar com mísseis, o Irã afirmou ter abatido um caça israelense e capturado o piloto, fato que foi negado por Israel.
Mais de 78 mortos nos ataques israelenses, diz Irã
Segundo a agência de notícias iraniana Fars, os ataques israelenses causaram a morte de pelo menos 78 pessoas e deixaram 329 feridos. A operação mirou instalações militares e científicas estratégicas, sob o argumento de conter o avanço do programa nuclear iraniano — que, segundo autoridades israelenses, estaria a dias de conseguir construir uma ogiva.
Comunidade internacional reage
O Irã enviou uma carta à Organização das Nações Unidas (ONU) solicitando uma resposta imediata e acusando Israel de violar o direito internacional. Uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU foi convocada para esta sexta-feira.
O governo dos Estados Unidos negou qualquer envolvimento direto na operação, embora reconheça que foi informado previamente. O secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que a ação foi unilateral de Israel e que a prioridade norte-americana é a proteção das tropas na região.
Já o ex-presidente americano Donald Trump, em tom ameaçador, voltou a pressionar o Irã:
“É melhor que Teerã aceite um acordo nuclear antes que não sobre mais nada para negociar”.
Netanyahu: “Estamos em um momento decisivo”
Em pronunciamento gravado previamente, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país agiu para impedir uma ameaça existencial:
“A operação continuará por quantos dias forem necessários. Estamos enfrentando uma ameaça real à nossa sobrevivência.”
A embaixada de Israel no Brasil também se manifestou, classificando o Irã como “principal patrocinador do terrorismo global”.
Cenário imprevisível
A troca de ataques desta sexta-feira inaugura um novo nível de confronto direto entre dois dos principais inimigos do Oriente Médio. Com a morte de líderes militares e civis, o envolvimento de cidades populosas como Tel Aviv e a convocação da ONU, o risco de um conflito regional ou até global aumenta consideravelmente.
A comunidade internacional acompanha com extrema preocupação os desdobramentos, enquanto a população civil — de ambos os lados — vive momentos de tensão, incerteza e medo.