O relatório sobre a Abin “paralela” que a PF entregou à PGR e ao STF aponta Jair Bolsonaro como o líder de uma quadrilha que realizou espionagem ilegal durante seu governo. Alexandre Ramagem era quem coordenava essas ações, segundo a PF. Carlos Bolsonaro e policiais federais – já afastados, devido às provas levantadas – também foram indiciados, assim como membros do gabinete do ódio.
A lista de pessoas monitoradas é grande: ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux; Arthur Lira (PP-AL), o deputado Kim Kataguiri (União-SP) e os ex-deputados Rodrigo Maia, que foi presidente da Câmara, Joice Hasselmann e Jean Wyllys (PSOL); Alessandro Vieira (MDB-SE), Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que integravam a CPI da Covid no Senado; João Doria, ex-governador de São Paulo; os servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges; os auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto; Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.
A investigação descobriu também um áudio entre Bolsonaro e Ramagem sobre plano para blindar Flávio Bolsonaro em uma reunião realizada no Palácio do Planalto, em agosto de 2020. Os dois discutiam como blindar o senador através da espionagem e divulgação de supostas irregularidades cometidas por auditores da Receita Federal
O relatório com as conclusões dos investigadores foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal antes de ser encaminhado para a Procuradoria-Geral da República (PGR). O Ministério Público terá que avaliar se denuncia os envolvidos, solicita mais apurações ou arquiva o caso.
Caso confirmado, será mais um indiciamento para a coleção do ex-presidente. O caso da fraude no cartão de vacina já foi arquivado; estão em andamento a venda das joias sauditas e a tentativa de golpe de Estado.