O Ministério Público do Estado do Acre (MP-AC) ofereceu denúncia contra Camila Arruda Braz, de 37 anos, acusada de matar o próprio irmão, Ramon Arruda Braz, de 47, em Rio Branco. O crime ocorreu no dia 3 de junho deste ano, e a denúncia foi protocolada no último dia 18. O processo tramita sob segredo de justiça e aguarda decisão da 1ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar, que deverá aceitar ou rejeitar a acusação.
Segundo informações de familiares, a relação entre os irmãos era marcada por conflitos constantes. Uma parente, que preferiu não se identificar, afirmou que Camila já havia tentado matar Ramon anteriormente. Há cerca de dois anos, ela o agrediu com um espremedor de alho de ferro, atingindo sua cabeça diversas vezes. Ainda de acordo com a familiar, dias antes do crime, Camila teria declarado a outros parentes que pretendia tirar a vida do irmão.
O homicídio aconteceu na residência da família, localizada na Avenida Noroeste, no Conjunto Tucumã. Conforme relato de parentes, Camila teria trancado portas e janelas da casa antes de chamar o irmão para o quarto, possivelmente para impedir a fuga da vítima e a entrada de terceiros. Sua filha, de apenas 6 anos, estava no local e presenciou todo o crime.
Segundo o inquérito policial, a acusada desferiu 37 golpes de faca contra Ramon, sendo que 12 deles atingiram diretamente o coração da vítima. A mãe dos dois, uma idosa de 64 anos, também morava na casa, mas não estava presente no momento do crime.
Após serem acionados por vizinhos, policiais militares prenderam Camila em flagrante. Ela foi algemada e levada para a delegacia. A filha foi amparada por moradores até a chegada de outros familiares.
Camila possui diagnóstico de transtorno bipolar e já passou por tratamento no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac). No entanto, segundo a família, ela havia interrompido o acompanhamento médico e o uso da medicação há algum tempo.
O caso abalou profundamente os familiares. “Somos parentes dos dois. É difícil pesar na balança. O que ela fez é imperdoável. Minha tia perdeu dois filhos: um para a morte e outro para a prisão. Ainda não conseguimos perdoar, mas vamos tentar ser fortes pela criança, que não tem culpa de nada”, desabafou uma parente.
Agora, a Justiça deve decidir se aceita a denúncia do MP-AC, que pode levar Camila a julgamento pelo Tribunal do Júri.
Via G1
