
Natalino do Nascimento Santiago, de 50 anos, principal suspeito de matar a esposa Auriscléia Lima do Nascimento, de 25 anos, no município de Capixaba, interior do Acre, já havia sido condenado por um crime brutal contra outra mulher há quase 25 anos. Em 2000, ele estuprou e matou Silene de Oliveira Marcílio com pelo menos 16 facadas, na zona rural de Senador Guiomard. Condenado a 27 anos de prisão, ele cumpriu apenas seis em regime fechado antes de ser transferido para o semiaberto.
O crime contra Silene ocorreu em 3 de setembro de 2000, quando Natalino, na época amigo da família, foi até a casa da vítima e cometeu o assassinato na frente dos filhos dela, de 2 e 5 anos. Segundo uma sobrinha da vítima, que falou ao g1 sob anonimato, Silene foi atacada depois de tentar proteger os filhos. “Ele fez atrocidades. Esfaqueou minha tia pelas costas e depois a estuprou. As crianças se esconderam no mato e ficaram ao lado do corpo da mãe”, relatou.

A família só descobriu o crime dias depois, quando os filhos de Silene relataram o que viram. O corpo foi encontrado em uma área de mata, e Natalino acabou preso no mesmo dia, com as roupas sujas de sangue e marcas nas unhas. Mesmo com as provas, a sobrinha afirma que ele nunca demonstrou arrependimento. “Quando saiu da prisão, chegou a ameaçar minha mãe por ter prestado depoimento”, disse.
Além desse crime, Natalino também foi condenado por outro homicídio em 2011, no bairro Palheiral, em Rio Branco. Após conseguir progressão de pena em 2022, ele violou as condições do regime e passou a ser considerado foragido.
No último sábado (14), ele foi capturado pela Polícia Civil após quatro dias de buscas em uma área de mata na Reserva Legal Promissão, dentro da Reserva Extrativista Chico Mendes, em Capixaba. A prisão foi convertida em preventiva, e ele continua detido enquanto aguarda julgamento pelo assassinato de Auriscléia, com quem mantinha um relacionamento.
De acordo com o Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), as penas anteriores de Natalino foram unificadas em 35 anos, que agora voltam a ser cumpridas em regime fechado. Com o novo crime, ele poderá ser condenado novamente, podendo aumentar ainda mais seu tempo de prisão. A decisão judicial destaca a reincidência e o perigo que ele representa para testemunhas e outras possíveis vítimas.