21 julho 2025

Quatro em cada dez brasileiros já foram alvo de fraudes pela internet, aponta pesquisa

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© Freepick

Uma pesquisa realizada pela TransUnion revelou que 40% dos brasileiros já foram alvo de tentativas de golpe por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto. Desses, 10% acabaram caindo nas fraudes, com prejuízos médios de R$ 6.311.

O estudo faz parte do relatório semestral Global de Tendências de Fraude Omnichannel e mostra que o Brasil segue a tendência global: no mundo, 53% dos entrevistados relataram ter sido alvo de algum tipo de fraude digital entre agosto e dezembro de 2024. No entanto, quase metade dessas pessoas (47%) sequer percebeu que foi vítima.

O golpe mais comum no Brasil é o vishing, quando criminosos ligam se passando por empresas legítimas — como operadoras de telefonia, bancos e planos de saúde — para enganar as vítimas e obter dados como senhas, números de cartão de crédito e CPF.

A pesquisa foi feita com 13.387 adultos em 18 países e regiões. Globalmente, 29% dos entrevistados relataram perdas financeiras com fraudes, com uma média de US$ 1.747 (cerca de R$ 10.683). Entre os brasileiros, a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) foi a que mais sofreu prejuízos, com 38% das ocorrências. Já os Baby Boomers (1946–1964) foram os menos afetados, com apenas 11% relatando perdas.

Segundo Wallace Massola, gerente de Prevenção à Fraude da TransUnion Brasil, a sofisticação dos golpes exige vigilância constante das empresas. “Assim como em outros golpes de engenharia social, o objetivo é acessar dados ou sistemas para cometer fraudes financeiras”, explica.

O levantamento ainda mostra que as tentativas de fraude digital aumentaram 11% no mundo em 2024, em comparação com 2023. O tipo de golpe que mais cresceu foi a invasão de contas, com alta de 20%. Para Massola, esse cenário representa um desafio crescente e exige o uso de tecnologias mais avançadas de segurança e autenticação.

No Brasil, o índice de fraude digital foi de 5,4% em 2024, acima da média global, ficando próximo de países como Canadá, Índia e Filipinas. As transações suspeitas dentro do país chegaram a 6,1%, a sexta maior taxa entre quase 20 países analisados.

A pesquisa também apontou que 59% dos consumidores brasileiros trocariam de empresa se encontrassem uma experiência digital mais segura. Para 77%, confiar que seus dados estão protegidos é um fator essencial na hora de comprar ou contratar serviços pela internet.

Outros dados mostram que 62% dos entrevistados deixaram de usar sites por medo de fraudes, e 48% abandonaram compras online por desconfiança na segurança da plataforma. No Brasil, 40% das pessoas disseram ter desistido de concluir compras ou contratações online devido à quantidade de dados solicitados ou à falta de confiança na proteção das informações.

De acordo com Claudio Pasqualin, vice-presidente da TransUnion Brasil, o investimento em segurança digital é essencial: “Proteger os dados dos consumidores não é mais opcional. É uma questão estratégica e de reputação para as empresas.”

Os segmentos com maior índice de tentativas de fraude digital no mundo em 2024 foram as comunidades online, como fóruns e aplicativos de relacionamento (quase 12%), seguidos por jogos eletrônicos (11%), apostas online (8%) e varejo (8%). No Brasil, as comunidades lideraram o ranking, com uma taxa de 15,2%.

Massola alerta para o risco nesses ambientes virtuais. “Os golpistas usam perfis falsos para criar relações de confiança e, depois, exploram emocionalmente as vítimas, pedindo dados ou dinheiro com desculpas convincentes”, finaliza.

Via Agência Brasil.

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