A recente promessa do ex-presidente norte-americano Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros gerou forte repercussão nas redes sociais. De acordo com um levantamento realizado pelo analista de redes Pedro Barciela, 78% das menções à crise expressam repúdio à medida e à atuação da família Bolsonaro, em especial à do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Segundo os dados analisados, apenas 12% das postagens demonstram apoio a Trump, enquanto 29% mencionam o princípio da reciprocidade e defendem que o Brasil reaja com firmeza à ameaça tarifária, em nome da soberania nacional. Outros 24% culpam diretamente os aliados de Jair Bolsonaro pela situação, acusando-os de “antipatriotismo” e de colocarem interesses ideológicos acima dos interesses comerciais e diplomáticos do país.
A pesquisa de Barciela, divulgada pelo portal InfoMoney, mostra que a maioria dos internautas acredita que a aproximação ideológica com os Estados Unidos durante o governo Bolsonaro não resultou em benefícios econômicos concretos para o Brasil — pelo contrário, agravou a dependência e deixou o país vulnerável a retaliações unilaterais.
A crise tarifária expõe uma disputa entre discursos: de um lado, o argumento de defesa do livre comércio e da soberania nacional; do outro, a tentativa de setores bolsonaristas de minimizar o impacto da medida americana. No entanto, nas redes, a onda majoritária é de crítica e indignação, tanto com Trump quanto com aqueles que, segundo os usuários, contribuíram para o enfraquecimento da imagem do Brasil no cenário internacional.
“Não dá para defender a soberania de um país bajulando um governo estrangeiro. Isso não é diplomacia, é submissão”, escreveu um internauta.
A cobrança de tarifas mais altas por parte de Trump reacende a tensão entre populismo político e pragmatismo comercial — e, mais uma vez, as redes sociais se tornam o termômetro da reação popular em um momento de crise.







