15 novembro 2025

Lula responde à taxação de Trump e sugere reciprocidade do Brasil

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O presidente Lula respondeu à taxação imposta ao Brasil, nesta quarta-feira (9), pelo governo dos Estados Unidos. Pelo X, o líder brasileiro rebateu ponto a ponto a carta divulgada pelo presidente Donald Trump.

Além disso, o chefe do Executivo disse que qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral vai ser respondida à luz da Lei Brasileira de Reciprocidade, surgindo que o país pode sobretaxar também produtos norte-americanos.

A respeito do processo da trama golpista, no qual Jair Bolsonaro é réu, Lula diz que isso é competência apenas da Justiça brasileira.

Em relação a decisões do Supremo sobre plataformas sociais norte-americanas, o líder diz que o Brasil rejeita qualquer tipo de conteúdo de ódio, racismo ou pornografia infantil. E acrescenta que liberdade de expressão não se confunde com agressão.

Na parte comercial, rebate a informação de Trump e diz que o republicano mente ao falar que a relação entre Brasil e Estados Unidos é ruim.

A publicação foi feita após reunião de emergência, em Brasília, sobre o assunto. Além de Lula, estiveram presentes o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Tarifaço via carta

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou na tarde desta quarta-feira (9) uma carta ao presidente Lula em que anuncia tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. As novas tarifas, segundo o norte-americano, valem a partir de 1º de agosto e vão além daquelas já impostas ao país.

Mais cedo, a CBN apurou que o governo brasileiro avaliava adotar reciprocidade caso as medidas fossem concretizadas. O norte-americano se adianta, no documento, alegando que, se isso acontecer, o mesmo percentual será aplicado ao Brasil além dos 50%.

O republicano justifica o aumento ao que chama de “injusta relação comercial gerada por barreiras tarifárias impostas pelo Brasil” e diz que o relacionamento entre os dois países está longe de ser recíproco.

O governo brasileiro diz, no entanto, que a balança comercial é praticamente neutra. Na verdade, o déficit é da parte brasileira que compra mais do que exporta.

Trump cita, ainda, o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e volta a falar em “caça às bruxas”. Na carta, o presidente também eleva o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e cita decisões contra plataformas sociais norte-americanas.

Mais taxas

Mais cedo, o líder norte-americano anunciou que enviou, nesta quarta, avisos comerciais tarifários para mais seis países com o valor que será pago para produtos importados a partir do dia 1º de agosto. Dessa vez, foram incluídos Brunei, Filipinas, Iraque, Argélia, Moldávia e Líbia.

Os países revelados se juntam a outros 14 que já tiveram tarifas anunciadas por Trump anteriormente. Confira a lista completa aqui.

Entenda o embate

O mais recente embate entre Lula e Donald Trump começou após posts do norte-americano, nesta segunda-feira (7). Em um deles, o republicano ameaçou taxar quem apoiasse as ações que ele chamou de ‘antiamericanas’ do Brics, liderado agora pelo presidente Lula.

Desde que venceu a eleição, em 2024, Trump vinha fazendo alerta ao grupo econômico, principalmente no que se refere ao uso de moedas locais para o comércio e um eventual abandono do dólar. O norte-americano chegou a mencionar tarifas de 100% caso a moeda dos EUA fosse abandonada pelos emergentes.

Em outro post, afirmou que o Brasil está fazendo uma “coisa terrível” no tratamento de Jair Bolsonaro. O republicano afirmou que está de olho na “caça às bruxas contra o ex-presidente, a família e apoiadores dele “muito de perto”.

Ainda na segunda, Lula respondeu que a defesa da democracia no país é um tema que compete aos brasileiros e que o governo não vai aceitar interferência ou tutela de quem quer que seja.

Saiu em defesa das instituições que, segundo Lula, são sólidas e independentes. Afirmou ainda que ninguém está acima da lei, inclusive os que, nas palavras do presidente, atentam contra a liberdade e o Estado de Direito.

Sobre os Brics, Lula disse que o bloco “não nasceu para afrontar ninguém”. A declaração foi dada no encerramento da Cúpula do grupo, que aconteceu entre domingo (6) e segunda-feira no Rio de Janeiro.

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