10 novembro 2025

Violência contra profissionais de saúde aumenta 68% em dez anos no Brasil

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A violência contra profissionais de saúde no Brasil disparou na última década. Um levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou que os casos de agressão contra médicos cresceram 68% entre 2014 e 2024, com um recorde de 4.562 boletins de ocorrência registrados em 2024 — o que representa cerca de 12 agressões por dia só em consultórios e hospitais.

Enfermeiros e técnicos também sofrem

A problemática não se restringe aos médicos. Dados de 2023 do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren‑SP) revelam que 80% dos profissionais de enfermagem já foram vítimas de agressão no ambiente de trabalho. No Distrito Federal, a proporção chega a alarmantes 82,7%.

Karina Valverde, técnica de enfermagem de 45 anos, foi agredida em maio na Zona Oeste de São Paulo, após tentar organizar acompanhantes na sala de medicação. “Fui arranhada, socada, apanhava sozinha”, conta. Ela teve de se afastar por sofrimento emocional, com sintomas como alopecia e ansiedade – “todo plantão é assim: trabalhamos sob ameaça… medo de morrer”.

Já uma médica que atua em pronto‑socorro infantil em Guarapari (ES), sob condição de anonimato, alerta que as agressões verbais são recorrentes e “normalizadas” — e que, em um único plantão, foi atingida por um soco no rosto de uma mãe impaciente por atendimento.

Especialistas apontam que a combinação de superlotação, demora no atendimento e falta de preparo emocional da população tem criado um ambiente hostil. Falhas na segurança institucional, como a ausência de suporte efetivo de seguranças e bolos por proteção legal e policiamento, agravam a situação.

Diante do cenário, autoridades e sindicatos exigem ações concretas:

  • Campanhas de conscientização contra a violência nas unidades de saúde;

  • Treinamento de profissionais para lidar com crises;

  • Maior presença de segurança qualificada;

  • Mudanças legislativas para tornar crime a agressão a profissional de saúde.

Além de comprometer a saúde física e mental dos profissionais, o aumento da violência ameaça a qualidade do atendimento médico no Brasil, estimulando o medo no ambiente de trabalho. A própria Karina diz: “Dizem que atendemos com cara feia, mas é medo mesmo.”

Resumo dos pontos principais :

  • Agressões a médicos aumentaram 68% em 10 anos; foram 4.562 casos em 2024 (12 ao dia).

  • Enfermeiros e técnicos também vivem um cenário violento: cerca de 80 % já foram agredidos.

  • Profissionais relatam medo constante, agressões físicas e verbais.

  • Há pedidos por reformas na segurança e legislação mais rigorosa.

Este é um retrato da realidade crítica vivida por quem cuida da saúde dos brasileiros – e um alerta urgente para políticas públicas eficazes.

Com informações do G1

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