6 dezembro 2025

Justiça define júri para caso de jovem morto dentro de casa em suposta disputa de facções

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Denis da Rocha Tavares (esq.) e André de Oliveira da Silva viraram réus — Foto: Reprodução
Denis da Rocha Tavares (esq.) e André de Oliveira da Silva viraram réus — Foto: Reprodução

A Justiça do Acre determinou que André de Oliveira da Silva e Denis da Rocha Tavares sejam julgados a júri popular pela morte de Cauã Nascimento Silva, 19 anos, sobrinho-neto da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. O crime ocorreu em fevereiro de 2024, e a decisão que encaminha o caso para o tribunal do júri foi publicada após 1 ano e 8 meses da tragédia. A data do julgamento ainda não foi definida.

De acordo com as investigações da Polícia Civil, Cauã foi assassinado dentro de casa enquanto repousava em seu quarto, no bairro Taquari, zona leste da capital. Os acusados teriam arrombado a porta e efetuado três disparos de arma de fogo. Sete meses após o crime, André foi preso portando uma pistola calibre 40 – mesma arma utilizada no assassinato. Denis foi identificado como suposto dono da arma.

Motivação do crime

Segundo o delegado Cristiano Bastos, responsável pelo caso, o homicídio teria como motivação uma disputa entre facções criminosas pelo controle da região. Embora Cauã não tivesse passagem pela polícia, investigações apontam que ele teria se aproximado de um dos grupos dias antes do crime e foi visto pichando siglas de uma facção rival.

“Ele não era de facção até então, mas passou a andar com o pessoal que tinha tomado a região. Alguns resistentes da outra facção mandaram matar ele”, explicou o delegado à época das investigações.

André é réu confesso no processo e afirmou em depoimento que recebeu ordem da facção para executar Cauã, que havia se mudado recentemente para o bairro.

Em audiência de custódia realizada em maio deste ano – após três tentativas de agendamento –, a prisão preventiva dos dois acusados foi mantida até o julgamento. O Ministério Público do Acre (MP-AC) denunciou a dupla em novembro de 2024 pelos crimes de homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo.

A Defensoria Pública do Estado do Acre (DPE-AC), que representa os acusados, mantém a política institucional de não se manifestar sobre casos em andamento.

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