A atuação das 27 unidades locais (estaduais) dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) do Ministério Público Federal (MPF) em 2025 resultou em pedidos de bloqueio de bens que somam mais de R$ 28 bilhões. Ao longo do ano, foram deflagradas mais de 60 operações, resultando em 126 prisões.
Foram apresentadas, ainda, perante a Justiça Federal, 126 denúncias contra 929 pessoas. O ano se encerra com mais de 400 investigações em curso contra o crime organizado. Os números foram levantados pela coordenação do Gaeco Nacional, que consolidou a atuação dos Gaecos do MPF em 2025. O Gaeco de São Paulo lidera nos números de investigações em curso (68) e de denúncias realizadas (28). O do Rio de Janeiro, por sua vez, lidera no volume financeiro de pedidos de bloqueio e sequestro de bens (R$ 23 bilhões) e no número de operações desencadeadas (12).
O volume financeiro de bens com pedidos de bloqueio envolve operações de combate a diversos tipos de crimes, sendo os mais recorrentes os de organização criminosa, lavagem de dinheiro e tráfico internacional de entorpecentes.
Cada unidade apresentou focos de atuação específicos, de acordo com as diferentes realidades regionais e estaduais. As informações reunidas mostram que o Gaeco Nacional, por exemplo, concentrou esforços em crimes transnacionais. Em geral, nas unidades locais a atuação teve como alvo principal o tráfico internacional de drogas. Mas em diversos estados a concentração se deu em crimes diferenciados, como os delitos ambientais, a corrupção, a repressão de atos antidemocráticos, o tráfico de armas, os delitos contra o sistema financeiro, os crimes cibernéticos e o de usurpação de bens da União.
Criação do Gaeco Nacional – Com estrutura criada a partir de julho de 2025, o Gaeco Nacional tem como objetivo fortalecer a atuação do MPF no combate à criminalidade organizada de âmbito nacional e transnacional, prestando suporte especializado aos procuradores naturais na condução de investigações e de ações penais, bem como atuando em parceria com os 27 Gaecos locais existentes no MPF.
Para o coordenador do Gaeco Nacional, subprocurador-geral da República José Adonis Callou de Araújo Sá, o resultado do trabalho desenvolvido neste ano pelos Gaecos revela a existência de números expressivos. Ele afirma não ter dúvida de que a criação da unidade nacional trará um impacto bastante positivo nas atividades de enfrentamento à criminalidade organizada no âmbito do MPF.
“Primeiro, cuidamos da estruturação da unidade, que está em funcionamento há apenas 6 meses. E já temos trabalhos importantes desenvolvidos em casos complexos, que ultrapassam fronteiras, em apoio aos procuradores naturais e atuando conjuntamente com os Gaecos locais do MPF”, destacou. Apesar do pouco tempo de criação da unidade, Adonis ressalta “que já foram desencadeadas pelo Gaeco Nacional três operações e duas denúncias foram apresentadas, ambas já recebidas pelo Poder Judiciário”.
Planejamento – Para 2026, o subprocurador-geral da República destaca que irá trabalhar para apresentar ao Conselho Superior do MPF uma proposta visando à sistematização e ao fortalecimento dos Gaecos do MPF, sob a coordenação do Gaeco Nacional.
Os Gaecos do MPF funcionam como grupos de apoio, ou seja, só atuam quando os procuradores naturais pedem auxílio. Dessa forma, os dados informados nesta matéria representam apenas uma parte – a atuação dos Gaecos – do trabalho desenvolvido pelo MPF contra a criminalidade organizada.
Via Secretaria de Comunicação Social
Procuradoria-Geral da República







