A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a suspensão da acareação determinada pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), no caso do Banco Master. Toffoli marcou para a próxima terça-feira (30/12) entre o presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos.
O procedimento tramita em sigilo, mas a manifestação da PGR pela suspensão foi confirmada pelo Metrópoles. O pedido é feito horas depois da decisão de Toffili, tomada por ofício nesta terça-feira (24/12).
Leia também
-
Master: Toffoli determina acareação entre Vorcaro, ex-presidente do BRB e diretor do BC
-
Toffoli manda PF ouvir investigados do caso Banco Master e diretores do BC
-
Ex-chefe do BRB cancela férias e volta para acareação sobre Master
A acareação tem a finalidade de esclarecer divergências entre os núcleos do caso, além das circunstâncias em que podem ter ocorrido as investigadas fraudes.
Ailton de Aquino Santos participou de reuniões entre o então presidente do BRB, Paulo Henrique Costa; Daniel Vorcaro; e o presidente do Banco Central, Gabiel Galípolo. Nos encontros, tratou-se da transação da compra do Master pelo Banco de Brasília (BRB).
As explicações dadas na presença do diretor do BC foram sobre formalidades e como se daria a composição do banco, considerando que havia previsão de venda de ativos para outras instituições.
O BRB anunciou o plano de adquirir o controle do Banco Master em março deste ano. No entanto, a operação levantou suspeitas de risco. Após diversas reuniões, o Banco Central negou a compra por considerar a falta de viabilidade econômica e os riscos.
Mesmo após o veto, o BRB comprou carteiras de crédito do Master. Os indícios apontados pela Polícia Federal são do uso de engenharia contábil para mascarar irregularidades. Os indícios são de R$ 12,2 bilhões em fraudes no sistema financeiro.
Em novembro, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master devido à suspeita da emissão de títulos falsos e riscos ao SFN, afetando clientes e trabalhadores.
TCU e liquidação
Em 18 de dezembro, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Jhonatan de Jesus determinou que o Banco Central (BC) se manifestasse sobre supostos indícios de precipitação na liquidação do Banco Master, do empresário Daniel Vorcaro. A matéria foi publicado pela coluna Tácio Lorran, do Metrópoles.
A defesa do Banco Master, em seguida, informou a Jhonatan de Jesus que o Banco Central tenta obter novos documentos nas instalações, nas bases de dados e nos sistemas do Master que ajudem a reforçar a “decisão extrema” de liquidação do Master.
Na petição, os advogados disseram que “não cabe ao BCB solicitar ao liquidante a realização de trabalhos de investigação ou de recrutamento de documentos para instruir processos da autarquia ou as respostas que esta tenha que dar às instâncias judiciais ou de controle”.






