26 novembro 2024

Mudanças climáticas podem agravar quadro de doenças como dengue e zika, alerta AdaptaBrasil

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Os riscos apresentados pelas mudanças climáticas no Brasil podem levar à proliferação de vetores, como o mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, ao agravamento de arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. O alerta é resultado de um levantamento na área da saúde feito pela plataforma AdaptaBrasil, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As projeções indicam também expansão da malária, leishmaniose tegumentar americana e leishmaniose visceral.

O trabalho considerou as temperaturas máxima e mínima, a umidade relativa do ar e a precipitação acumulada para associar a ocorrência do vetor, que são os mosquitos transmissores das diferentes doenças em análise. A AdaptaBrasil avalia também a vulnerabilidade e a exposição da população a esses vetores.

O coordenador científico da plataforma, Jean Ometto, explicou que temperaturas mais elevadas, juntamente com maior precipitação, podem levar a uma maior proliferação de mosquitos transmissores dessas doenças, conhecidas como arboviroses. Ele destacou que, normalmente, a ocorrência dessas enfermidades é mais acentuada durante o verão.

A plataforma também analisou o nível de exposição e vulnerabilidade da população a esses vetores. Ometto observou que regiões específicas podem apresentar um aumento na ocorrência dessas doenças, colocando populações mais vulneráveis e expostas em maior risco de adoecimento.

O pesquisador ressaltou que o problema é social e precisa ser abordado sistemicamente. Ele enfatizou que melhorias nas condições de vida, saúde e infraestrutura podem reduzir a exposição da população a essas doenças e possibilitar uma abordagem mais eficaz, envolvendo o planejamento territorial e de emergência em saúde.

Ometto alertou que, apesar do Brasil contar com o Sistema Único de Saúde (SUS), é necessário preparo para situações emergenciais, pois o país pode não ter a estrutura física adequada para atender a um aumento repentino de casos. Ele enfatizou a importância de uma abordagem preventiva e sistêmica para identificar e controlar os elementos que contribuem para a proliferação dos vetores.

Por: Fernando Fraga, Agencia Brasil.

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