27 novembro 2024

Estado e governo federal elaboram ações conjuntas à saúde das populações indígenas do Acre

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Representantes do governo do Acre e do Ministério da Saúde estiveram reunidos nesta terça-feira, 23, em Rio Branco, para elaboração conjunta de protocolos de preparação e respostas a eventos extremos que afetam as populações indígenas em seus territórios.

O encontro, realizado no Museu dos Povos Acreanos, também tratou de fortalecer a parceria para assistência em saúde dos povos indígenas, por meio da união entre governo federal, Estado e municípios, levando em conta as necessidades, o incentivo à troca de experiências e a atenção à saúde integral dos povos originários em todo o estado.

Também foram tratadas a organização dos fluxos de trabalho e a comunicação entre as secretarias de Estado, entre elas a de Saúde, com os distritos sanitários especiais indígenas (Diseis) do Acre e secretarias municipais na atenção aos povos originários.

Proposta visa à elaboração conjunta de protocolos de preparação e respostas a eventos extremos que afetam as populações indígenas em seus territórios. Foto: Felipe Freire/Secom

A vice-governadora Mailza Assis esteve presente e destacou que é importante pensar em ações para a construção de uma atenção universalizada e completa às populações indígenas do estado. “Estamos aqui para fortalecer esse tipo de cooperação. O governo estadual sempre foi um grande parceiro, com ações que chegam às comunidades. Então, a gente quer continuar fortalecendo e ampliando essa parceria cada vez mais, para beneficiar mais pessoas”, disse.

Vice-governadora destacou que é necessário pensar em ações para a construção de uma atenção universalizada e completa às populações indígenas do estado Foto: Felipe Freire/Secom

Vanderson Brito, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, falou da parceria e explicou que, em nível federal, já foi criado um comitê de resposta à saúde indígena. “O governo do Acre tem uma Defesa Civil bem organizada, que já faz um acompanhamento das populações indígenas. Convidamos o governo para compor um grupo de trabalho e criar protocolos específicos às enchentes e à promoção de saúde”, propôs.

Vanderson Brito,da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde. Foto. Felipe Freire/Secom

No encontro, também foram debatidos protocolos de resgate e remoções, acesso à água potável, situação dos indígenas em trânsito na área urbana, medidas estruturais de saneamento, comunicação e acessos aos territórios indígenas.

O coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Carlos Batista, falou da atuação do Estado. “Com as entidades, estamos discutindo ações e, a partir disso, vamos elaborar um plano de contingência específico às comunidades indígenas. Quando ocorrer esses problemas, saberemos como vai ser a comunicação, logística e apoio, seja por via aérea, de barcos ou terrestre, para todo o estado. Já atuamos no combate a incêndios florestais, seca severa, enchentes e, com a união de todas as instituições, elaboraremos um excelente plano”, detalhou.

Coordenador da Defesa Civil Estadual explicou que o Estado está discutindo ações para elaborar um plano de contingência específico às comunidades indígenas. Foto: Felipe Freire/Secom

Batista informou ainda que, na enchente de 2023, governo do Estado contemplou mais de dez mil pessoas indígenas com entrega de cestas básicas.

O que são Dseis

 O Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) é a unidade gestora descentralizada do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). Trata-se de um modelo de organização de serviços – orientado para um espaço etnocultural dinâmico, geográfico, populacional e administrativo bem delimitado –, que contempla um conjunto de atividades técnicas, com medidas qualificadas de atenção à saúde.

No Brasil, são 34 Dseis, divididos estrategicamente por critérios territoriais e não necessariamente por estados, tendo como base a ocupação geográfica das comunidades indígenas. Além dos Dseis, a estrutura de atendimento conta com postos de saúde, com os polos-base e as casas de saúde indígena (Casais).

No Acre, há dois distritos: o do Alto Rio Purus, responsável pelo atendimento dos grupos indígenas das etnias Apurinã, Jamamadi, Jaminawa, Kaxarari, Kaxinawá, Kulina e Manchineri, divididos em sete municípios, sendo quatro do Acre, dois do Amazonas e um de Rondônia.

Já o Distrito Alto Rio Juruá atende 148 aldeias em oito municípios do estado.

Encontro reuniu diversas instituições que articulam ações à saúde integral dos povos originários Foto: Felipe Freire/Secom

Estiveram presentes representantes do Ministério Público do Estado do Acre, dos Dseis do Alto Rio Juruá e Alto Rio Purus, das secretarias de Estado Assistência Social e Direitos Humanos, Saúde, Meio Ambiente, da Mulher e de Obras Públicas, além da Defensoria Pública do Estado do Acre, da coordenação Regional da Fundação Nacional do Indígena do Juruá e do Alto Purus, e do departamento de Atenção Primária à Saúde da Secretaria Estadual de Saúde Indígena (Sesai).

Por Agência Acre

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