A mãe de um adolescente de 14 anos alega que o filho foi espancado por sete colegas na mesma escola onde Carlos Teixeira, o menino que morreu após dois estudantes pularem sobre as costas dele, foi agredido. Ao g1, a mulher contou, nesta segunda-feira (22), que os ‘ataques’ acontecem com frequência em um banheiro da unidade estadual em Praia Grande, no litoral de São Paulo.
Carlos Teixeira morreu após sofrer três paradas cardiorrespiratórias, na última terça-feira (16), quando estava internado na Santa Casa de Santos (SP) . O jovem precisou de atendimento médico após dois meninos pularem nas costas dele na Escola Estadual Júlio Pardo Couto, em Praia Grande (SP), no dia 9 de abril.
Ao g1, Tatiane Boeno, mãe do estudante de 14 anos, afirmou que o filho foi espancado, com tapas e pontapés, duas vezes em um único dia dentro da mesma escola onde estava Carlos. As agressões, segundo ela, aconteceram em um dos banheiros e em uma ‘sala de cinema’ da escola.
O menino ficou com hematomas e arranhões pelo corpo, ainda de acordo ela, por conta dos episódios.
“O sentimento é de revolta e medo”, desabafou Tatiane. “Esse banheiro é perigosíssimo. Todas as brigas são resolvidas lá, pois não tem câmera. Eles [os agressores] esperam o aluno que querem fazer bullying entrar e, então, atacam em bando. São sempre os mesmos”.
Tatiane descobriu sobre as agressões no mesmo dia dos fatos, após o filho tentar sair escondido da escola. “Ficou com medo porque o ameaçaram de represália na saída”, lembrou. “Mas foi ‘pego’ e levado para a diretoria”, contou ela.
Segundo ela, o menino relatou em particular ter sido espancado na escola. Tatiane disse ter acionado a diretoria, que afirmou não ter registrado agressões ao adolescente naquele dia.
Por fim, ela contou ter ‘resolvido’ o problema comparecendo à escola na hora da saída e conversando diretamente com os agressores do filho. “Pediram desculpas e disseram que não fariam mais isso. Desde então, converso todos os dias com ele para ver se o agrediram novamente”.
Secretaria de Educação de SP
Em nota, a Seduc-SP afirmou que repudia todo e qualquer ato de violência e descriminação, dentro ou fora da escola. A pasta acrescentou que também não houve registro de reclamação por parte de responsáveis pelo estudante no mesmo período.
“Reforçamos que sempre que um caso de violência ou bullying é identificado nas unidades de ensino da rede estadual, a equipe gestora aciona os responsáveis e a rede protetiva que inclui Ronda Escolar e Conselho Tutelar, quando necessário, além do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP)”, complementou a Seduc-SP.
Por G1