A Secretaria Estadual de Saúde do Acre vai dar início à campanha de multivacinação para crianças e adolescentes menores de 15 anos em todo estado. O objetivo é atualizar a caderneta de vacinação da população e, assim, impossibilitar o retorno e o agravamento de doenças já erradicadas, como a poliomielite, rubéola, tétano e coqueluche, por exemplo.
Para marcar o início da campanha, a Sesacre vai fazer uma ação de vacinação em frente ao Palácio Rio Branco, das 10h às 20h, no sábado (27). Segundo a coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) no Acre, Renata Quiles, a expectativa é que somente nessa ação sejam imunizadas mais de 500 pessoas. Vão ser oferecidas todas as vacinas do calendário.
Após um caso confirmado de poliomielite no Peru, país vizinho ao território acreano, o Ministério da Saúde recomendou a antecipação da campanha no Acre, normalmente realizada no mês de outubro. O dia D de mobilização está marcado para acontecer em 3 de junho.
“A campanha de multivacinação acontece todos os anos, geralmente em outubro, objetivando atualizar a situação vacinal de crianças e adolescentes. Excepcionalmente em 2023, por conta do caso de poliomielite confirmado no país vizinho, o Ministério da Saúde antecipa a campanha apenas para os estados do Acre e Amazonas. Nosso estado está classificado em alto risco para reintrodução de doenças controladas, eliminadas. E portanto, não devemos deixar a reintrodução dessas doenças pelo nosso estado. São doenças com alto grau de incapacitação e letalidade para crianças e adolescentes”, alertou Renata.
Entre as doenças que a coordenadora cita estão: a poliomielite, sarampo, difteria e coqueluche, dentre outras que podem ser prevenidas através da vacinação.
Meta geral
A meta é vacinar 8 mil crianças menores de cinco anos contra a poliomielite. E a campanha de multivacinação pretende alcançar 14 mil crianças, com intuito de atualizar a caderneta de vacinação.
Desde 2019, a vacinação de crianças menores de 5 anos vem caindo. Nenhum estado brasileiro atingiu o índice superior a 95% de imunizados.
A poliomielite (paralisia infantil) é uma doença contagiosa aguda causada por vírus que pode infectar crianças e adultos e, em casos graves, pode acarretar paralisia nos membros inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção.
No Brasil, não existem casos da doença desde 1989. Em 1994, o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do vírus da poliomielite.
Alerta Unicef
Mais de 5,6 mil crianças não receberam nenhuma dose da vacina contra a poliomielite no Acre entre os anos de 2019 e 2021. É o que aponta o relatório “Situação Mundial da Infância 2023: Para cada criança, vacinação”, lançado pelo Unicef no mês passado.
No ano passado, a campanha de imunização contra a pólio no estado teve a pior cobertura vacinal do país, com 38,6% do público-alvo vacinado.
Com esses dados e considerando o caso confirmado no Peru, a 500 km da fronteira com o Acre e o Amazonas, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) iniciou uma campanha para alertar sobre a necessidade da imunização contra a doença.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a vacinação de crianças contra a pólio a partir de 2 meses até menores de 5 anos. As três doses do esquema básico devem ser dadas aos dois meses, aos quatro meses e aos seis. Também são indicadas duas doses de reforço como gotinhas: uma aos 15 meses e outra aos quatro anos de idade.
Por: G1 – Acre.