Após 18 dias, o motorista que atropelou, matou e fugiu sem prestar socorro ao servidor público Antônio Ribeiro do Nascimento, de 57 anos, segue sem identificação. Revoltada e em busca de resposta, a família da vítima iniciou uma campanha nas redes sociais pedindo ajuda e informações que levem à identidade do motorista.
Antônio do Nascimento estava em uma motocicleta quando foi atingido por um carro em alta velocidade no cruzamento da Avenida Ceará com a Rua São Paulo, no bairro Dom Giocondo, em Rio Branco, no último dia 2 de setembro.
Populares informaram que um carro bateu na traseira da moto da vítima. Com o impacto, Antônio do Nascimento foi arremessado pra cima, caiu no chão com toda força e morreu no local. Segundo a família, o impacto fez com que o capacete de Antônio se quebrasse. Chovia no momento da batida.
O acidente ocorreu em semáforo que fica em frente a um posto de combustível na Avenida Ceará. As câmeras de segurança do estabelecimento flagraram o momento da batida e mostram o motorista fugindo com o carro.
Nas redes sociais, os familiares começaram a pedir justiça por Antônio e compartilhar reportagens sobre o acidente destacando que o motorista fugiu. As publicações reforçam também que qualquer informação do paradeiro do motorista é bem-vinda e a identidade da pessoa não será divulgada.
“Hoje faço um apelo sincero: se você detém qualquer informação, por menor que seja, peço encarecidamente que entre em contato conosco. Qualquer pista ou detalhe pode fazer uma diferença incrível neste momento angustiante”, diz parte do pedido.
Parentes usaram camisa com pedido de justiça na missa de sétimo dia da morte de servidor público — Foto: Reprodução
A campanha começou no dia 4 de setembro. Contudo, até o momento, a família não recebeu nenhuma informação relevante que leve à identificação do motorista. O acidente é investigado pela Delegacia de Polícia Civil do Tucumã.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil e aguarda retorno.
Vítima ia para casa
Antônio do Nascimento era servidor público da Procuradoria-Geral do Estado (PGE). Casado há 38 anos com Rosângela, servidora do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), era pai de três mulheres, de 16, 26 e 36 anos, estava prestes a se aposentar e aproveitar a vida ao lado da família.
No dia do acidente, Rosângela e o marido passaram o sábado na chácara da família, que fica na BR-364, com parentes e amigos. Já no final da tarde, o casal saiu da propriedade em direção à casa deles no Conjunto Tucumã.
Por conta da chuva que caía na cidade, Antônio foi de motocicleta e Rosângela de carro com uma tia. O servidor ainda esperou o carro com a mulher passar para ele ir acompanhando.
Antônio do Nascimento e Rosângela Araújo estavam juntos há 38 anos e têm três filhas — Foto: Arquivo pessoal
“Ele estava sozinha, eu iria com ele, mas, felizmente, minhas filhas dizem que é felizmente, mas digo infelizmente, fui de carro com minha tia e ele de moto. Ia no semáforo, que estava aberto, e o carro pegou ele. Isso foi o que pessoal do posto de combustível falou. Não vi o acidente e fui para casa. Há um vídeo que mostra o carro passando”, lamentou.
Ao chegar em casa, Rosângela estranhou a demora do marido e começou a ligar para o telefone dele. O servidor público não atendeu e Rosângela foi ficando cada vez mais preocupada. Nesse meio tempo, a filha de 16 anos do casal pediu para mãe levá-la para um arraial na escola.
Rosângela deixou a caçula no colégio e quando voltava para casa soube que o marido havia sido atropelado e morrido. “Vi um vídeo na internet, mas não sabia que era ele. Quando estava voltando me ligaram falando do acidente. Fui para casa da minha cunhada aqui no Tucumã. Os irmãos dele foram para o local”, relembrou.