Após um dia de tensão e transtornos para motoristas, o tráfego na BR-364 entre Sena Madureira e Rio Branco foi liberado ainda nesta terça-feira (29). A via, que amanheceu com um trecho completamente intrafegável devido à formação de um atoleiro, foi recuperada por equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que atuaram emergencialmente com apoio de máquinas pesadas e servidores.
O problema foi registrado nas primeiras horas da manhã, quando motoristas que se deslocavam entre os municípios relataram atolamentos, filas de veículos e riscos de acidentes. Caminhões e carros de passeio ficaram presos na lama, sem conseguir seguir viagem. A situação gerou indignação de moradores, caminhoneiros e lideranças locais, que há anos denunciam a precariedade da estrada.
Diante da repercussão, o DNIT mobilizou rapidamente sua equipe técnica e atuou ao longo do dia no trecho afetado. Com o uso de máquinas, foi possível nivelar o solo, aplicar material de cobertura e garantir novamente a trafegabilidade mínima do local. O tráfego foi restabelecido ainda nesta terça-feira, segundo nota divulgada pelo próprio órgão.
Apesar da solução emergencial, o episódio evidencia novamente a fragilidade da BR-364 — considerada a principal rodovia do Acre. A via é responsável por conectar a capital Rio Branco a diversos municípios do interior, sendo essencial para o transporte de pacientes, estudantes, trabalhadores e para o escoamento da produção e o abastecimento de alimentos e combustíveis.
Desde 2021, quando as obras estruturantes foram interrompidas, a estrada passou a receber apenas manutenções pontuais, insuficientes para lidar com os efeitos do inverno amazônico. Em períodos de chuvas intensas, como o atual, trechos inteiros da rodovia colapsam, colocando em risco vidas e a economia da região.
Moradores e lideranças políticas locais cobram do governo federal ações mais consistentes, como a retomada de obras definitivas, pavimentação com maior durabilidade e um plano de manutenção contínuo. A liberação do tráfego, embora urgente e necessária, não resolve o problema estrutural que afeta o Acre ano após ano.
Enquanto isso, motoristas seguem com atenção redobrada e torcendo para que não chova nos próximos dias, temendo que o trecho volte a ficar intrafegável. O episódio desta terça-feira serve como mais um alerta: a BR-364 precisa de atenção urgente, antes que mais vidas e direitos sejam comprometidos.