18 agosto 2025

Inflação dispara nos EUA e tarifas de Trump já afetam bolso dos consumidores

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Os primeiros reflexos das políticas tarifárias do presidente Donald Trump já começam a aparecer nos indicadores econômicos dos Estados Unidos. Dados divulgados pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho revelam que a inflação no país acelerou em junho, impulsionada pela guerra comercial conduzida pela Casa Branca.

O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 2,7% em comparação com o mesmo período de 2024, superando os 2,4% registrados em maio. É o maior avanço desde fevereiro e surpreendeu analistas, aumentando a pressão sobre o governo Trump, já criticado por sua política econômica e enfrentando um cenário de demissões em massa em órgãos federais.

Os setores mais atingidos pela alta nos preços são os que dependem diretamente de importações — principais alvos das tarifas impostas por Trump. Os eletrodomésticos tiveram aumento de 1,9% em junho, mais que o dobro do mês anterior. Móveis subiram 1%, e as roupas registraram alta de 0,4%, revertendo uma tendência de queda que vinha se mantendo.

A chamada “inflação núcleo” — que exclui alimentos e energia — também aumentou: alta de 2,9% em relação a junho de 2024 e 0,2% na comparação mensal. Os números indicam que o impacto da guerra tarifária já se espalha pelo custo de vida dos americanos de forma mais ampla.

Como parte dessa estratégia protecionista, Trump também ameaçou aplicar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de agosto. Itens como café, carne bovina e suco de laranja — pilares da exportação do Brasil — estão entre os mais vulneráveis.

No caso do café, os efeitos são ainda mais visíveis. O preço médio de 450 gramas do produto subiu de US$ 5,99 em 2024 para US$ 7,93 em maio deste ano, pressionado pela escassez de oferta no Brasil e no Vietnã. Com a nova tarifa, os preços devem aumentar ainda mais, impactando tanto os consumidores quanto negócios como cafeterias e restaurantes.

Do lado brasileiro, as novas tarifas representam uma ameaça direta à balança comercial e podem agravar os prejuízos do agronegócio, que já enfrenta dificuldades climáticas e econômicas.

Economistas alertam que, se as novas medidas protecionistas de Trump forem adiante — atingindo também países como União Europeia, Canadá, México, Japão, Coreia do Sul e Tailândia — o impacto poderá se intensificar. O resultado pode ser um freio no consumo interno e o risco real de recessão nos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, o governo Trump tem promovido cortes profundos na máquina pública. O Departamento de Saúde demitiu cerca de 10 mil funcionários após decisão da Suprema Corte que suspendeu uma liminar contrária aos cortes. Outros 10 mil servidores deixaram seus cargos voluntariamente, somando uma redução de 25% da força de trabalho da pasta.

O Departamento de Educação também recebeu autorização da Suprema Corte para demitir cerca de 1.400 funcionários, revertendo uma decisão anterior. As medidas fazem parte de uma política de enxugamento do Estado e descentralização administrativa, mas especialistas alertam que os cortes podem comprometer serviços essenciais à população, em um momento já marcado pelo aumento do custo de vida e forte incerteza econômica.

Informações via MSN.

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