11 maio 2025

Freira amiga do Papa Francisco quebra protocolo durante velório e reforça legado de acolhimento

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Um momento de grande emoção marcou o velório do Papa Francisco nesta semana no Vaticano. A freira francesa Geneviève Jeanningros, de 82 anos, rompeu o protocolo estabelecido pelas autoridades da Basílica de São Pedro e se aproximou do caixão do pontífice para prestar sua última homenagem. Com lágrimas nos olhos e expressão serena, ela permaneceu por alguns minutos em oração silenciosa ao lado do corpo do Papa, com quem mantinha uma relação próxima e profunda.

Geneviève, conhecida por seu compromisso com os excluídos, é uma figura respeitada na Fraternidade das Irmãzinhas de Jesus. Ela comanda, em Roma, um projeto de acolhimento a pessoas transexuais e outras populações marginalizadas. Vivendo em uma simples caravana na região de Ostia, a religiosa dedica sua vida a levar dignidade, escuta e apoio aos que mais sofrem com o preconceito e a invisibilidade.

A amizade entre ela e Jorge Mario Bergoglio teve origem antes mesmo do papado. Um elo trágico e comovente uniu suas histórias: a tia de Geneviève, Léonie Duquet, também freira, foi sequestrada e morta pela ditadura militar argentina na década de 1970. Bergoglio, que vivenciou de perto os horrores do regime em seu país, jamais esqueceu o sofrimento das freiras francesas assassinadas. Esse passado em comum serviu de base para uma amizade baseada na compaixão e na missão compartilhada de servir aos mais necessitados.

Nos últimos anos, Geneviève foi responsável por levar grupos de pessoas transexuais para encontros com o Papa Francisco, que as recebeu com respeito e afeto. Essas audiências privadas foram consideradas por muitos como passos significativos na construção de uma Igreja mais aberta e inclusiva. Em 2024, um dos momentos mais marcantes dessa relação foi a visita do Papa a um parque de diversões em Ostia, organizada por Geneviève, como um gesto de alegria e proximidade com a comunidade que ela acompanha.

Sua presença no velório, mesmo antes da abertura ao público, foi autorizada em reconhecimento ao vínculo afetivo e espiritual que tinha com o pontífice. Ao se aproximar do caixão, mesmo em meio à segurança rigorosa da Guarda Suíça, nenhum obstáculo foi colocado, pois todos reconheciam a força do gesto.

O ato simples de Geneviève — ajoelhar-se diante do corpo de seu amigo e guia espiritual — tornou-se símbolo de continuidade do legado de Francisco: uma Igreja próxima dos pobres, dos marginalizados e dos esquecidos. Sua atitude sensibilizou quem estava presente e ganhou repercussão pelo mundo, destacando a importância do trabalho pastoral feito com amor, coragem e humildade.

Ao quebrar o protocolo, Geneviève Jeanningros não apenas se despediu de um amigo. Ela reafirmou publicamente o compromisso com o projeto de inclusão e misericórdia que o Papa Francisco tanto defendeu. Seu gesto emocionou, provocou reflexão e mostrou que, mesmo nos momentos de luto, a fé ativa e engajada pode ser uma poderosa mensagem de esperança.

Veja Mais