30 abril 2024

Morre o físico Peter Higgs, ganhador do Prêmio Nobel, aos 94 anos

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Morreu, nesta segunda-feira, o físico inglês Peter Higgs, aos 94 anos. O pesquisador formulou a teoria que explica como as partículas adquirem massa, premiada pelo Nobel de Física de 2013 e desenvolvida em 1964. O bóson de Higgs, apelidado de “partícula de Deus”, teve existência comprovada em julho de 2012 por experimentos do Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo, na fronteira da Suíça com a França.

A morte de Higgs foi anunciada pela Universidade de Edimburgo. “Ele faleceu tranquilamente em sua residência na segunda-feira, 8 de abril, após uma breve doença”, afirmou a universidade em comunicado.

A ‘partícula de Deus’
O bóson de Higgs é uma partícula subatômica, o tipo de entidade física mais básica que a ciência conhece, mas nunca havia sido detectado diretamente em experiências. Concebido inicialmente como uma teoria, apenas, bóson de Higgs é parte do chamado Modelo Padrão, a teoria que descreve as forças e partículas que compõe o que conhecemos por realidade.

Segundo a teoria, logo após o surgimento do Universo, no Big Bang, existiu uma força invisível conhecida como campo de Higgs. Essa força nasce de interações das outras particulas com o espaço, e essas interações envolvem o bóson de Higgs. Ele é uma partícula que confere massa às outras, e por conseguinte influencia a gravidade e o peso.

A forma como o campo de Higgs deu massa às demais partículas é comparável por muitos físicos à forma como a água de uma piscina dificulta o movimento à medida que nadamos. Se partículas não tivessem massa — que é a resistência de um objeto a mudanças de velocidade — elas estariam viajando pelo Universo à velocidade da luz.

Peter Higgs propôs essa teoria em 1964 com o belga Fraçois Englert (com quem compartilhou o Nobel) e mais um punhado de colegas, num processo que passou por várias etapas. Numa delas, Higgs foi quem sugeriu que era um bóson (uma partícula sem massa), que provavelmente estava gerando essa interação.

Por ter sugerido isso, o físico escocês teve seu sobrenome cristalizado no nome da partícula que fechou o quebra-cabeças do Modelo Padrão. Numa apresentação famosa intitulada “Minha vida como bóson” ele mostrou um certo desconforto com isso, mas algo que o incomodava ainda mais era o apelido de “partícula de Deus”, criado à sua revelia por outro ganhador do Nobel, o físico Leon Lederman.

Projeto de uma geração
O bóson de Higgs é extremamente instável e se fragmenta em partículas menos energéticas muito rapidamente. Por isso, os cientistas precisam inferir a sua presença a partir de subprodutos criados de sua decomposição, após uma sua colisão.

Foi necessário fazer experiências no maior acelerador de partículas do mundo, no laboratório do Cern. Por ser a “peça que faltava” no Modelo Padrão da Física e por dotar de massa outras partículas, o bóson ganhou o apelido de “partícula de Deus”.

Por O Globo e agências internacionais

 

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